Jardins do Palácio Mirabell, em Salzburgo: cenário do filme “A Noviça Rebelde”, de 1965 | Clarissa Mattos/Bailandesa
Quando ouço a palavra Áustria, penso em montanhas de um verde impossível, picos nevados, em Mozart e, é claro, na noviça rebelde. Há algumas semanas passei um dia em Salzburgo. Voltei à infância ao fazer um roteiro que incluía algumas locações do filme “A Noviça Rebelde” – talvez o mais famoso musical já produzido até hoje.
O tour começou nos Jardins do Palácio Mirabell, um típico jardim barroco com canteiros simétricos e várias estátuas de mitos gregos. No centro do pequeno Parterre (um jardim lateral), há uma fonte com um Pégasus.
Quem não se lembra de Fraulein Maria e as crianças Von Trapp cantando “Dó Ré Mi” entre as estátuas, dançando ao redor do famoso cavalo alado e pulando nos degraus da escada? Tenho que confessar, amei estar lá.
O Palácio Mirabell é uma das principais atrações turísticas de Salzburgo | Clarissa Mattos/Bailandesa
Saindo do Palácio Mirabell, passamos quase batidos pela casa onde Mozart morou. Também passamos por uma outra importante residência, a casa onde o Maestro H.V. Karajan nasceu. Aí nos deparamos com a bonita visão da Fortaleza de Hohensalzburg que, do alto, guarda toda a cidade.
Cruzando a ponte sobre o rio Salzach, chegamos no centro histórico de Salzburgo. Muitas Lojas, charmosos cafés e feirinhas. A Getreidegasse, rua que sempre foi o centro comercial da cidade, preservou o estilo e as lojas ainda conservam os letreiros em metal.
Mozart está em toda parte: licores, chocolates e na casa onde o músico nasceu – que hoje abriga um museu. Passamos também pelo café mais antigo de Salzburgo, mas não tive tempo de conferir o cardápio. Seguimos para o coração da cidade.
A praça da Residência
A praça da Residência, no coração do centro antigo de Salzburgo, exibe os seus imponentes cavalos em uma enorme fonte. Considerada a maior fonte barroca do mundo, ela é feita de um mármore que vem da Untersberg, montanha próxima a Salzburgo.
A fonte tem 15 metros e a composição com os edifícios forma um cenário que impressiona. As tais residências eram usadas pelos arcebispos no século XVII, que detinham o total poder sobre Salzburgo. No filme “A Noviça Rebelde”, a personagem Maria salta do ônibus a caminho da Mansão da Família Von Trapp, cruza a praça da Residência e toca nas águas da fonte. Tudo isso ao som de “I have confidence in me”.
Imperdível também é a torre que abriga o Glockenspiel, um carrilhão com 35 sinos que vigia lá do alto toda a praça. Tive a sorte de estar na praça exatamente numas das três vezes em que o sinos tocam por dia. Devo dizer, fez toda a diferença. Os sinos tocam às 7 da manhã, às 11h e às 6 da tarde. A trila sonora é uma seleção de famosos compositores, dentre eles, é claro: Mozart.
O coreto do Palácio Hellbrunn
Lisa saltitando no coreto e cantando “I am sixteen going on seventeen” é uma das minhas cenas preferidas do filme “A Noviça Rebelde”. Sem falar no momento em que o capitão se declara à Maria, cantando “Somenthing Good”. Ao visitar o Palácio Hellbrunn, tive a oportunidade de ver o coreto de pertinho. Mas o lugar oferece atrações bem mais curiosas.
Hellbrunn era a residência de verão do Príncipe Arcebispo e foi construída entre 1613 e 1615. Parece que o poderoso tinha um senso de humor bem aguçado. Em todo o palácio existem fontes escondidas, construídas para a surpresa dos convidados e deleite do Arcebispo. A mesa de jantar com suas fontes é a atração principal. Ainda tem muito mais pra ver: grutas, estátuas e muitas coisas inesperadas fazem do lugar um parque de diversões barroco.
Distrito de São Pedro: onde Salzburg começou e o filme terminou
Quem não se lembra da cena em que a família Von Trapp, escondida atrás dos túmulos, é delatada pelo jovem Rolf, mas ainda a tempo de fugir pelos Alpes? Essa cena foi gravada no cemitério de São Pedro, que fica atrás da igreja. O bairro de São Pedro é o mais antigo de Salzbur. Mozart tocava no órgão da Abadia, datada de 1620. À frente da igreja está a fonte de São Pedro, nomeada em homenagem ao santo.
Clarissa Mattos é uma baiana que atravessou o Oceano Atlântico não a nado, mas por amor. No blog Bailandesa, narra as dores e delícias da vida na Holanda, dá dicas de turismo e de cultura