A Toscana é um dos destinos mais visitados da Itália e a região do Chianti é a Toscana em seu melhor. Passei quatro semanas na região e deixei-me perder nas suas sinuosas estradas e dramáticas paisagens. Posso dizer que vivi a Itália que habita os sonhos de muitas pessoas.
Tive tempo de me aventurar nas estradas vicinais e penetrar nos segredos da Toscana, mas a rota mais famosa do Chianti é a estrada SS222, também chamada de Via Chiantigana. Ela liga Siena à Florença, cruzando o coração da zona vinícola.
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Ficamos nas redondezas de Certaldo e amanhecíamos vendo as torres de San Gimignano, entre as colinas e os ciprestes. Decidimos seguir a rota da vinho sem pressa e sem obrigações, seguindo o lema da “la dolce vitta” italiana.
Castellina de Chianti
Partindo de Certaldo, seguimos de carro, para Castellina de Chianti, uma perfeita vila medieval, orgulhosa representante da “Lega del Chianti”. São diversas enotecas pela cidade, mas um bom local para compra de vinhos e azeites de oliva é Bottega del Vino Galo Nero. Galo Nero ou Galo Negro é umas das mais respeitados produtores do Chianti.
A lenda do Galo Negro
Segunda a lenda, Florença e Siena disputavam território. Foi proposta uma corrida, onde um cavaleiro de cada cidade sairia em cavalgada em direção à outra cidade, no alvorecer, assim que o galo cantasse. O galo escolhido por Siena foi um belo e bem fornido animal. Em Florença, escolheram um galo magrelo e faminto. O galo de Florença, morrendo de fome, berrou mais cedo e, assim, o cavaleiro florentino, começou com vantagem e Florença ficou um território maior. Dizem que essa disputa deu origem à representação do Galo Negro.
Radda in Chianti
Seguindo pela SS429, em apenas 10 km de pura poesia em paisagem, entramos em Radha in Chianti. Conselho: dispense a parte moderna da cidade e parta para o centro histórico e medieval. Recomendo uma parada na La Bottega de Giovannino. O tempo estava perfeito, por isso aproveitamos o pequenino terraço para saborear um vinho Brunello e um “assortimento de bruschettas”. Isso deu uma super energia para a próxima parada.
Badia a Coltibuono
Deixamos Radha in Chianti para trás e seguimos as curvas cênicas do Monti del Chianti, depois de 2 ou 3 km, seguimos à esquerda para a Badia a Coltibuono – ou Abadia da Boa Colheita, datada do século XI. Essa é a abadia dos monges Beneditinos da Ordem de Vallombrosa. Eles foram obrigados a deixar a Abadia no século XIX, quando Napoleão dominou a Toscana.
A tradição vinícola foi mantida pelos novos proprietários e hoje existe uma hospedagem B&B (bed & breakfast) e um restaurante. A simplicidade e atmosfera de refúgio da Abadia foram preservadas. A sofisticação se revela na qualidade dos pratos. Não achei os preços estratosféricos como esperava.
Gaiole in Chianti e Castello di Brolio
Ao sul da Abadia, pegamos a estrada SS408 e seguimos para Gaiole in Chianti. Essa foi a dica que recebi de um bom lugar para comprar vinhos. Acontece que nem conseguimos chegar ao centro. Havia um evento automobilístico e tivemos que deixar a cidade e os vinhos pra depois.
O próximo ponto da nossa rota foi o Castello di Brolio, 5 km ao sul de Gaiole, pegando a estrada SS484. Uma linda avenida de ciprestes nos leva ao imponente castelo da família Ricasoli. Enquanto aguardávamos pelo tour guiado, perdíamos os fôlego com a vista das colinas de Chianti e do Vale Arbia. Claro que a família também produz vinhos, que podem ser comprados na cantina do local.
Ao visitar a torre, conhecemos a impressionante história do Barão que se entrelaça com a história do próprio vinho Chianti. Segundo o guia, o barão ainda arrasta suas correntes pelo castelo. Ele nos garantiu que não fica sozinho na torre do castelo.
San Gusme: a foto perfeita
Corremos das histórias de fantasmas, seguimos pela SS484 e chegamos à vila de San Gusme, onde encontrei a minha foto perfeita. Aquela que a cada colina procurava. A partir daqui, seguimos em busca de cenários perfeitos e entre as montanhas e colinas, suspirávamos a cada curva. Voltamos ao anoitecer e o por do sol nos proporcionou o final perfeito de um longo dia sobre o sol da Toscana.
Clarissa Mattos é uma baiana que atravessou o Oceano Atlântico não a nado, mas por amor. No blog Bailandesa, narra as dores e delícias da vida na Holanda, dá dicas de turismo e de cultura
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Estivemos recentemente em Florença e fizemos percurso de trem para Siena, na próxima iremos de carro, parabéns pela matéria, faltou informar qual Km de Florença e Siena ??? obrigado.
Fascinante
A Toscana é a “roça”, mais linda do mundo.
Esse roteiro pelas estradas, vilas, castelos e viniculas, tive o privilégio de conhecer, inclusive o mais interessante é você abastecer um cartão com créditos, então você se serve nas máquinas instaladas nas viniculas e degusta os vinhos, a vontade., saboreando salames, queijos presuntos, etc., no final da tarde você com certeza estará falando italiano fluentemente.
Desejo fazer uma viagem com minha esposa em 2015 , gostaria de saber qual melhor época e se algumas dicas de hotel .Quero conhecer todas ruelas , villas , castelos e principalmentes adegas,
obrigado
Prefiro a Espanha.
estou feliz por essas paisagens maravilhosas escupidas por Deus um abraco a todos os irmãos italianos
Meu sonho é começar pela França, depois Itália,Espanha,Canadá… tudo de bom,né!!! 🙂
Parabéns pelas dicas, a Itália está em meus próximos roteiros de viagem.
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